Escolher
alguns cocos maduros, pesados, com bastante água dentro, e abri-los nos
olhinhos com um prego ou sacarrolha, para retirar a água; depois embrulhá-los
numa toalha e partir a marteladas ou com um golpe de facão. A água deve ser
colhida numa vasilha e coada. Quanto mais água houver dentro do coco, mais
úmida estará a polpa, e isso é bom. Percebe-se a quantidade claramente ao
chacoalhar o coco – pouca água chacoalha mais.
A
tradição é ralar o coco num ralo próprio, que se usa muito no Nordeste, e
misturá-lo com a própria água que vem dentro, amassando bem e espremendo com as
mãos até tudo virar um creme. Algumas receitas recomendam aquecer a água e
amassar a mistura até ela esfriar. Isso dá uns dez minutos.
Mas
também se pode bater o coco em pedacinhos com a água no liquidificador, aos
poucos, até obter esse creme. E também se pode usar água filtrada ou fervida.
Coar
na peneira, no coador de náilon, na gaze, no filó, no pano de fralda. Muita
força para espremer tudo até o creme acabar.
O
bagaço se reserva para fazer cocada, pão de coco ou adubo de planta. É uma
fibra natural ótima para os intestinos. Pode ser congelada.
Métodos de extração
do óleo virgem de coco
A frio
O
leite de coco precisa fermentar para que o óleo se separe da água. Isso pode
acontecer em climas quentes deixando-o simplesmente descansar numa vasilha
coberta durante 48 horas. O óleo vai se separar natualmente da água e dos
resíduos. Três camadas de líquido vão se formar: o óleo de coco por cima, a
água no meio e um creme fino no fundo.
Retirar
o óleo com uma colher ou concha. Filtrá-lo três vezes em pano de fralda dobrado
ou filtro de papel para café. Colocar num vidro e tampar bem.
Quando
olhado contra a luz, o óleo vai ter uma coloração amarelada. Essa é a cor
natural do óleo virgem de coco.
A
água que sobra da mistura original pode ser fermentada para virar vinagre. A
mistura cremosa pode ser fervida numa panela para expelir mais óleo. Esse óleo
extraído com calor pode ser usado para fritar ou para o cabelo.
O
óleo virgem de coco pode ser guardando em temperatura ambiente. Tem validade de
dois anos, no mínimo.
Outro método a frio
(mais prático)
Pegar
dois cocos, três xícaras de água do próprio coco, picar, bater por dois ou três
minutos no liquidificador até a consistência ficar lisa e cremosa. Espremer,
colocar o leite de coco numa jarra, cobrir e deixar 48 horas num lugar escuro.
Transferir
o líquido para uma garrafa PET de água mineral limpa e deixar em local
sombreado cuja temperatura esteja em torno dos 25 graus C. Em seis a oito horas
o óleo vai se separar do leite.
Ponha
a garrafa na geladeira por três horas. O óleo vai se solidificar. Deite e corte
a garrafa o mais junto possível da linha do óleo. Isso facilita sua retirada.
Guarde em vidro de boca larga com tampa. Ele vai ficar líquido se a temperatura
ambiente estiver acima de 27 graus.
Extração no fogo à
moda de Bali
Coco
ralado à mão no ralador de coco; misturar com água quente e amassar com as mãos
até esfriar. Espremer com força para soltar o máximo possível de leite. Esta é
a primeira prensagem. Mais água quente é adicionada ao coco já espremido e o
processo se repete. Três cocos produzem mais ou menos um litro e meio de leite
de coco.
O
leite de coco é posto num fogo de bom tamanho para ferver alegremente. Duas
rodelas de cúrcuma são adicionadas (e removidas uma hora depois). A cúrcuma
colore o óleo e quem ensina diz que o mantém "fresco". Provavelmente
dá algum sabor também – o que não faz muita diferença, porque em todo prato de
Bali que usa óleo de coco a cúrcuma também entra.
Lá
pelas tantas a mistura faz espuma, deixe estar. Uma hora depois o óleo começa a
aparecer nas beiradas. O mestre borrifa água fria na superfíce fervente e diz
que é para drenar melhor o óleo.
A
panela sai do fogo depois de mais ou menos uma hora e meia. O líquido está
reduzido à metade, a espuma se dissipou e a superfície está coberta por uma
camada fina de óleo dourado.
O
leite-óleo é passado por um coador de tela ou peneira fina para capturar a
espuma e quaisquer pedacinhos de polpa de coco. Volta à panela e descansa para
que a matéria sólida do leite de coco assente no fundo.
Cinco
minutos depois já se pode retirar o óleo da superfície com uma concha ou
cumbuca. Esse óleo vai para uma caçarola de ferro pequena, posta ao fogo por
quinze minutos; sai dele borbulhando e espirrando, mas em poucos minutos
arrefece e se revela um óleo quase límpido.
Todas
as sobras do processo ainda são coadas e espremidas mais uma vez para
aproveitar cada gota.
Outro método de
extração no fogo
Pegue
cinco cocos médios ou grandes para fazer uma xícara de óleo. Depois de obter o
leite de coco, batendo ou ralando e espremendo, coar e deixar descansar por 24
a 48 horas. O creme e a água vão se separar, a água fica no fundo. Retire o
creme com uma escumadeira e ponha numa panela grossa e funda (porque ele
espirra quando ferve). Deixe ferver devagarinho em fogo médio ou baixo.
Lentamente o óleo aparece por cima. Afaste os resíduos de coco para o lado. O
óleo fica mais claro. Vá tirando com uma colher e fervendo até não ter mais
nada a retirar.
Observe
que as panelas são sempre grossas, de ferro fundido, esmalte ou pedra-sabão,
para um cozimento lento. Panelas finas fariam o óleo ferver demais.
Pão
de coco usando o bagaço que sobrou
2
xícaras de farinha de trigo bem cheias
1
colherinha (café) de sal
4
colheres (chá) de fermento em pó
2
colheres (sopa) de manteiga sem sal derretida, óleo de coco ou azeite de oliva
1
xícara de coco ralado, não muito apertado
2
colheres (sopa) de açúcar branco, cristal ou mascavo
1
xícara de leite de coco diluído meio a meio com água, ou de leite animal
Peneire
a farinha, o sal e o fermento numa vasilha. Separadamente misture o coco e o
açúcar e junte à farinha. Adicione o leite e a gordura (óleo de coco, azeite ou
manteiga). Amasse por cinco minutos ou até obter um bolo de massa bem
aglutinada, oleosa na superfície. Cubra e deixe crescer por dez minutos. Achate
a massa para ela virar uma panqueca gorda, com +- 2,5 cm de altura. Ponha numa
assadeira untada e faça furinhos por cima com um garfo para decorar. Asse em
forno médio (120 graus C) por 20 minutos ou até dourar. Deixe esfriar para
comer.
Fonte:
Blog de Sonia Hirsh (texto adaptado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário